Um dos procedimentos mais antigos na área de Biomedicina é a criopreservação seminal, que nada mais é do que o congelamento do sêmen para utilização posterior. No Brasil, existem bancos de sêmen que funcionam já há mais de 20 anos. Atualmente, são dotados de técnicas bastante avançadas, que possibilitam um processo seguro. Cada amostragem é cuidadosamente identificada, com precisão e confiabilidade.
Existem bancos de sêmen que disponibilizam as amostras (doação) para uso de casais com fatores masculinos graves – são os bancos de sêmen ditos Heterólogos. Nestes casos, as amostras somente são liberadas para doação após dois exames sanguíneos, com intervalos de seis meses, atestando que o doador não é portador de qualquer doença que possa ser transmitida por material biológico, como a Hepatite B, Hepatite C ou Aids.
Nas clínicas de reprodução, e este é o caso da clínica BIOS, temos o banco de sêmen Homólogo. Neste caso a criopreservação seminal é realizada para uso futuro exclusivo do casal, nunca para doação. Havendo necessidade de uso de sêmen de doador nas clínicas de reprodução, solicitamos amostras já testadas dos bancos de sêmen heterólogos.
A técnica é simples. Depois da coleta, uma parte da amostra do sêmen é separada para análise. O restante é diluído numa substância protetora, composta de antibióticos, glicerol, tampões e gema de ovo. Em seguida, o citoplasma da célula (a parte líquida) é resfriado pelo vapor de nitrogênio líquido por um processo de diminuição contínua de temperatura até 100ºC negativos, quando ocorre a cristalização do sêmen. Após isto, o material é armazenado em nitrogênio líquido a 196ºC negativos.
Entre 24 e 48 horas depois, uma pequena porção é descongelada para a checagem da qualidade e da quantidade de espermatozóides sobreviventes. Não sobreviverá à criopreservação algo entre 25 e 50% das células. Este procedimento é importante para avaliar que tipo de técnica de reprodução assistida poderá ser melhor utilizada futuramente, se a inseminação ou a fertilização in vitro.
Os casos mais indicados para realizar o congelamento de sêmen são a pré-vasectomia, quando o homem se submete a uma esterilização voluntária, mas quer preservar seus espermatozoides para uma possibilidade futura e pré-tratamento de câncer (provavelmente a indicação mais comum), quando pacientes fazem a reserva antes de iniciarem um tratamento de quimio ou radioterapia. Há ainda os casos nos quais a qualidade seminal é baixa, com alteração de produção dos espermatozoides que pode se agravar com o passar do tempo. Nestes, indicamos a criopreservação preventiva de duas a três amostras de sêmen.
