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Infertilidade masculina: como superar

16 de abril de 2010
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As dificuldades para se ter filhos aparecem em um em cada seis casais. A cultura de que esse é um problema da mulher ainda é muito forte e os homens ainda são resistentes a procurar algum tipo de ajuda nesse sentido. Porém, esse é um cenário que vem mudando gradativamente.

Em cerca de 30% dos casais inférteis, esse problema está no homem. Em outros 20% esse problema é uma combinação de fatores masculinos e femininos, ou seja, o homem interfere em metade dos casos de infertilidade do casal! O primeiro passo para um tratamento bem sucedido, e a consequente gravidez da parceira, é o correto diagnóstico.

A infertilidade masculina se caracteriza pela diminuição do número de espermatozóides ou sua pouca mobilidade, espermatozóides anormais, ausência da produção de espermatozóides, ou ainda vasectomia e dificuldades na relação sexual. Doenças que atinjam o hipotálamo e/ou a hipófise (órgãos do sistema endócrino) também podem comprometer a fertilidade masculina. A alteração na secreção de hormônios que regulam a produção de espermatozóides desencadearão uma condição clínica chamada hipogonadismo, ou seja, função testicular diminuída ou abolida.

Um outro problema que atinge 40% dos homens e pode resultar em infertilidade é a varicocele, uma dilatação das veias dos testículos que popularmente conhecemos como varizes. Com essa dilatação, o sangue fica mais tempo na região dos testículos, o que pode aumentar a temperatura local e comprometer a saúde dos espermatozóides. Porém, ela não requer maiores cuidados, e cerca de 15% dos homens férteis são portadores da doença.

A azoospermia, ausência total de espermatozóide no liquido ejaculado, é outra causa da infertilidade conjugal. Aproximadamente 15% a 20% dos homens inférteis e 1% a 2% de todos os homens têm essa doença. Quando não é possível o tratamento cirúrgico ou clínico está indicado a ICSI ( Injeção Intra-citoplasmática do Espermatozóide), com obtenção de espermatozóide por meio de técnicas cirúrgicas.

Diagnóstico Os exames que diagnosticam a infertilidade masculina geralmente fazem análise dos espermatozóides (concentração, mobilidade e morfologia), diferenciando os danificados dos normais. O Índice de Fragmentação do DNA Espermático avalia o grau de lesão que possa existir no material genético dos espermatozóides. Se essa fragmentação atingir um índice de até 20%, o resultado é considerado normal. Acima disso as chances de fecundação por vias naturais já fica comprometida, podendo ocorrer ou não.

COMENTÁRIO DO ESPECIALISTA

Realmente a cabeça e a cultura do homem brasileiro, particularmente o nordestino, tem mudado, para melhor, ao longo dos anos. É certo que ainda existe um traço de machismo na nossa educação: o homem tem sempre de ser o forte, o provedor, o protetor. Mas estas concepções têm se modificado. Este ranço machista se refletia em nossa especialidade de várias maneiras. Primeiro, o homem nunca aceitava que o problema era com ele. Quase sempre a mulher ia sozinha à consulta com o especialista em Reprodução Humana, e deveria ser submetida a uma bateria de exames, que não são poucos, alguns incômodos, na busca da causa da infertilidade conjugal. Somente esgotadas todas as possibilidades de causas femininas, é que alguns maridos, não todos, se dispunham a ser examinados e realizar, por exemplo, o espermograma. E ainda, os homens associavam demais a fertilidade com virilidade (uma falácia).

Hoje, a situação é muito diferente. Quase sempre a consulta inicial é realizada pelo casal. Vejam que mudança !. O homem está mais participativo. E lógico que a avaliação completa (diagnóstico) deve sempre ser feita no casal, afinal precisamos dos dois para obter a gravidez. Este comportamento, digamos, mais “civilizado” decorre da própria evolução social, com a mulher dividindo cada vez mais com os homens todas as profissões e responsabilidades, e também de um fato que fazemos questão de ressaltar nas consultas: a dificuldade para engravidar não tem, na enorme maioria das vezes, relação com a potência e desejo sexual do homem, e nem da mulher. Assim tiramos da cabeça dele de que a infertilidade possa diminuir sua hombridade.

Ainda bem que esta mudança vem acontecendo e sedimentando. Porque hoje sabemos que muitos casais encontram dificuldades reprodutivas por fatores masculinos. Em até 50% dos casos o homem pode ser partícipe ou principal agente na infertilidade. E nossa produção seminal tem decaído ao longo das décadas por fatores variados, como estresse, poluição, contaminantes ambientais e alimentares, radiações ionizantes, excesso de gorduras saturadas, sedentarismo. Certamente nossos antepassados, de 50 a 100 anos atrás, não tinham esta sobrecarga de situações e substâncias deletérias agindo em seu trato reprodutivo,e portanto tinham sêmen de melhor qualidade. A boa notícia é que a medicina reprodutiva, principalmente nos últimos dez anos “acordou” mais para os problemas reprodutivos masculinos, pois antes éramos muito focados nas mulheres (vejam que os especialistas também tinham parcela de culpa na ausência de homens nos consultórios de reprodução). Portanto, os métodos diagnósticos e os tratamentos disponíveis são hoje muito mais efetivos, e com a ajuda da reprodução assistida, nos permite propiciar excelentes chances de gravidez aos casais com estes problemas.

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1 Comentário para “Infertilidade masculina: como superar”

  1. Olá, como vai ?
    vi sua puplicação e achei que poderia ser pertinente
    colocar no meu site:
    .
    link do site, ou copie e cole:
    http://planosdesaudehdm.com.br
    .
    Um grande abraço.

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