A área de reprodução assistida tem passado por verdadeiros avanços tecnológicos. Essas inovações têm contribuído para que muitas mulheres realizem o desejo de se tornarem mães quando se deparam com o problema da infertilidade. Cada tratamento e processo é determinado de acordo com as características da paciente ou do casal. Um exemplo de procedimento é a Ovodoação feita na Fertilização In Vitro (FIV).
A Ovodoação é uma técnica de reprodução assistida na qual a futura mamãe (paciente receptora) realiza uma FIV onde são utilizados óvulos de uma doadora. O ginecologista e especialista em reprodução humana, dr. Fábio Eugênio, explica em quais casos a ovodoação é indicada. “Essa alternativa é indicada para as mulheres que apresentam comprometimento da quantidade e/ou qualidade dos seus óvulos. Isso pode ocorrer quando a paciente está com idade avançada e baixa reserva ovariana, repetidas falhas na FIV, enfrentando menopausa (precoce ou não), quando há alterações estruturais ou funcionais dos ovários, após os tratamentos de quimioterapia ou radioterapia (esses tratamentos podem provocar a infertilidade) ou retirada dos ovários”.
A avaliação de uma possível doadora fica a cargo do médico assistente. Tanto doadora quanto receptora deve permanecer anônimas, sendo proibido qualquer transação com caráter comercial. O Conselho Federal de Medicina (CFM) estabeleceu alguns critérios que regulamentam a doação de óvulos.
A doadora deve ter no máximo 35 anos, pois a partir desta idade a taxa de fertilidade começa a diminuir, aumentando as chances de mutações genéticas nos gametas.
Doadora e receptora devem permanecer em caráter de anonimato. Se necessário, informações clínicas da doadora poderão ser repassadas para o médico, resguardando quaisquer informações da sua identidade civil.
Não são permitidas doadoras que estejam no quadro de funcionários da clínica de reprodução (médicas, enfermeiras e demais profissionais)
A doadora precisa passar por uma minuciosa avaliação clínica e realizar diversos exames laboratoriais que irão descartar doenças genéticas e pesquisar a presença de infecções como HIV, HTLV, sífilis, hepatite B e C.
O processo do ovodoação inicia-se com o procedimento de estimulação ovariana controlada (EOC) que tem como objetivo estimular o ovário da doadora a produzir o máximo de óvulos possível para serem coletados posteriormente por aspiração folicular. Após isso, não é necessário novos exames ou procedimentos.
Os óvulos coletados serão fertilizados pelos espermatozoides do parceiro da paciente receptora ou de um doador. A futura mamãe poderá estar recebendo medicações hormonais para estimular o desenvolvimento do endométrio para receber o embrião.
A transferência embrionária é feita de forma rápida e indolor, em um processo semelhante a um exame ginecológico. Passadas duas semanas do procedimento é realizado um exame de sangue para a detecção de uma gravidez.