Na medicina, a especialização em reprodução humana tem se beneficiado a cada dia com a tecnologia. Estudos, pesquisas e o uso de novas técnicas e equipamentos tem proporcionado a realização de sonhos, antes impossíveis, como ser mãe, por exemplo. As mulheres que por algum motivo não podem ter filhos por vias naturais, ou mesmo que adiam essa realização, podem contar com a Fertilização in Vitro [Fiv], a famosa técnica do “bebê de proveta”. Ela existe há 32 anos e tem por processo básico a reprodução em laboratório dos estágios iniciais da procriação, vencendo vários problemas que poderiam ocorrer neste período e comprometer o sucesso da gravidez.
No laboratório de embriologia os gametas (espermatozoides e óvulos), que foram previamente coletados, são preparados para a fertilização propriamente dita, que pode acontecer de duas formas: na FIV convencional coloca-se um óvulo rodeado por cerca de 100 mil espermatozoides em uma placa, e espera-se que haja a fertilização. Na FIV com Injeção Citoplasmática de Espermatozóides (ICSI), procede-se à escolha microscópica de espermatozoides de mobilidade normal e morfologia perfeita. E, então, através de uma agulha extremamente fina, fazemos a injeção direta de um espermatozoide em cada óvulo.
Após a fertilização, os óvulos vão para uma incubadora e passam por um monitoramento de cinco dias, em média. Nesse período, as fases pelas quais ele passa são: formação do zigoto (óvulo fertilizado) e posteriormente do embrião; divisão celular e blastocisto, estágio mais avançado dessa divisão. Após esse período, são selecionados os melhores embriões e transferidos para o útero da mulher. Esta transferência é realizada com um delicado tubo, o cateter, e sob visualização do útero por ultrassom, para garantir que os embriões fiquem corretamente depositados. Doze dias após a transferência, a paciente realiza o exame de dosagem no sangue de Beta-HCG, que confirma o diagnóstico de gravidez.
O sucesso da Fertilização in Vitro depende diretamente do preparo técnico da equipe clínica (médicos e embriologistas), além da tecnologia atualizada e o controle de qualidade do laboratório. Todos estes fatores se refletem nas taxas de sucesso do tratamento – a gravidez. Nos primórdios da FIV, as chances de gravidez eram de no máximo 15% por ciclo. Atualmente, em clínicas de ponta, aquelas pacientes até 35 anos de idade e com embriões de excelente qualidade têm chances de gravidez que superam os 60%, podendo chegar a 70% por tentativa.