Acredita-se que até 50% dos embriões humanos sejam normais sob o ponto de vista genético; entretanto, a taxa de implantação desses embriões é baixa, aproximadamente de 10% a 15%. Um dos motivos, dentre outros que podem explicar estes números é o fato de muitos embriões não conseguirem sair de dentro da zona pelúcida.
A zona pelúcida é uma camada glicoprotéica que fica em torno dos embriões. Para o embrião conseguir se implantar ele precisa romper esta zona; sair de dentro dela. Muitos, simplesmente, não conseguem.
Serve de analogia, o fato de um pintinho necessitar quebra a casa do ovo para poder iniciar a vida. O hatching é a saída do embrião desta casca.
Os mecanismos responsáveis pelo “hatching” tem sido investigados. Inicialmente, foi proposto um possível papel da pressão do embrião em expansão sobre a zona pelúcida rompendo-a (Herlands & Schultz, 1984). Posteriormente, foi descoberta uma tripsina like (strypsin) elaborada pelo embrião. É uma enzima que corrói a zona pelúcida. O laser é uma forma de energia disparada de forma extremamente precisa sobre a zona pelúcida, abrindo nela um orifício. É por este orifício que o embrião começa a sair desta casca.
Indicações e Pré-requisitos para Assisted Hatching
As indicações para o Assisted hatching incluem:
(1) idade materna elevada;
(2) elevados níveis basais de FSH;
(3) aumento da espessura da zona pelúcida;
(4) falha inexplicada da implantação em ciclos anteriores de Fertilização in vitro (FIV);
(5) divisões celulares reduzida ou excesso de fragmentação;
(6) casos de maturação in vitro de oócitos em ciclos de FIV.
(7) transferência de embriões criopreservados.
Técnicas de Assisted Hatching
A primeira técnica proposta para o Assisted hatching a dissecção parcial da zona (PZD), na qual uma pequena abertura era realizada mecanicamente por meio de uma microagulha. A limitação desta técnica foi a dificuldade de ser um pertúito de tamanho adequado. Uma segunda técnica popularizada por Cohen envolvia o uso do ácido acético de Tyrode. Orifícios maiores forma alcançados com o uso desta técnica; Poe outro lado, criou-se ima nova dificuldade: a exposição do embrião a uma solução ácida. Desenvolveu-se, assim, uma terceira técnica onde se aplicou a tecnologia laser, tornando a sua realização menos embriotóxica e mais reprodutível.
Potenciais Efeitos Adversos do Assisted Hatching
(1) Malformações congênitas: são possíveis de correr em qualquer tecnologia reprodutiva nova. Entretanto, os estudos não têm mostrado nenhum efeito potencial do hatching sobre a taxa de malformação.
(2) Gêmeos idênticos: é um achado controverso. Acredita-se que quando se utiliza a técnica de maneira adequada, dando atenção ao tamanho da abertura na zona pelúcida, a incidência de gêmeos idênticos é baixa, sendo bem próxima à da população geral submetida à FIV.
Uma revisão detalhada de uma meta-análise identificou 23 estudos randomizados (estudos de excelente qualidade ) que envolverão 2.572 mulheres. As taxas clínicas da gravidez foram avaliadas em 19 experimentos (722 gravidezes clínicas, 2.175 mulheres) e demonstraram uma melhora substancial nas taxas de gravidez com o uso do laser.