As mulheres têm conquistado cada vez mais independência. As lutas e reivindicações levaram o público feminino a se posicionarem no mercado de trabalho e buscarem ainda mais qualificação. Assim, aquelas que vivem entre o trabalho e os estudos, mas ainda desejam ser mães, encontram um embate. Em um cotidiano agitado, a construção de uma família parece não ter lugar. Muitas encontram a solução na medicina reprodutiva, por meio do congelamento dos óvulos em período mais saudável para uso futuro.
Para o sucesso do procedimento, o ideal é que a mulher passe pelo método antes dos 35 anos. Após esse período, as células reprodutivas femininas passam a perder qualidade. Até os 40 anos existe a probabilidade de gravidez, mas os riscos começam a aparecer. As chances da criança vir a desenvolver doenças genéticas e outras deficiências, devido à má-formação cromossômica, aumentam”, ressalta.
Durante o tratamento, a paciente passa cerca de 10 dias recebendo injeções diárias de hormônio responsáveis por estimularem o ovário e por deixá-lo propício à retirada dos óvulos. Em um cenário ideal, congela-se cerca de 10 a 15 óvulos, que podem permanecer nesse estado por tempo indeterminado.
Conforme o Dr. Fábio Eugênio, além de não oferecer nenhum risco a mais em relação à saúde do bebê, o procedimento apresenta um alto índice de sucesso nos melhores cenários. Utilizando um número considerável de óvulos saudáveis, a possibilidade de gravidez chega a ser de 60% a 70%. Fatores como descongelamento, fertilização e implantação no útero são etapas que interferem na chance de gestação e, por isso, devem ser levados em consideração.
Apesar de os casos mais comuns nessa situação serem de pessoas à procura de um planejamento familiar, em outros cenários também recorre-se à técnica. Mulheres que vão se submeter a tratamentos agressivos como a quimioterapia ou apresentam histórico de menopausa precoce na família também encontram no congelamento a solução para o sonho de ter filhos no momento idealizado.