No post anterior falamos sobre o estresse e sua influência, ou não, na fertilidade humana. Hoje vamos conversar sobre um assunto também muito discutido: o estresse diminui a chance de gravidez em casais que estão se submetendo a fertilização in-vitro (FIV)?
A tendência natural é pensarmos que sim – o estresse diminui as chances de gravidez com o tratamento. Porém o mais correto é sempre observar o que mostram os estudos científicos. E aí vem a surpresa.
Pesquisadores britânicos fizeram uma revisão detalhada de 14 estudos científicos realizados sobre esta questão, e publicaram as conclusões no British Medical Journal. No total foram analisados dados sobre o tratamento de 3.583 casais submetidos à FIV, em vários países do mundo.
Todas as mulheres foram submetidas a métodos de avaliação de estresse antes do tratamento. Estes métodos mensuram o grau de distúrbio emocional (ansiedade e/ou depressão) que as pacientes possuem. Depois, foram comparados os resultados de sucesso na FIV – gravidez ou não – com o grau de estresse prévio das mulheres.
Os resultados mostraram que o grau de estresse não teve relação com o sucesso ou não do ciclo de FIV. Em outras palavras, as chances de gravidez foram semelhantes entre mulheres com grau acentuado ou grau leve de ansiedade e depressão.
Estes achados tranqüilizam tanto os profissionais quanto as pacientes submetidas à FIV de que o fato de estarem estressadas não vai interferir na chance de sucesso do tratamento. Isto é muito importante até porque a própria angústia da paciente de não lidar adequadamente com situações estressantes, e achar que isto vai reduzir sua chance de engravidar, acaba sendo um fator adicional de ansiedade para elas.
Logicamente este achado científico não significa que devamos menosprezar a situação emocional das pacientes subférteis que estão fazendo tratamentos de reprodução assistida. Todos nós que trabalhamos na área sabemos que é fundamental um apoio psicológico e atenção ao casal, pois a própria fertilização in-vitro, pelas suas características e a expectativa que gera, causa “per se” um desgaste emocional ao casal envolvido.
Qualquer forma de minimizar esta sobrecarga emocional, seja com apoio e atenção constante da equipe clínica, atividades de relaxamento como exercício físico, massagens ou acupuntura, vai facilitar ao casal “transitar” por todo o tratamento com mais tranqüilidade e menor incômodo. Desta maneira os casais serão mais participativos, e o risco de enganos ou falhas em seguir as recomendações médicas ficam reduzidos. Isto sim pode representar maior chance de sucesso no tratamento.
Qualquer dúvida ou observação sobre o assunto, não hesitem em nos deixar um comentário.
Um abraço, e até o próximo post.
não imaginava que o estresse também podia causar infertilidade na mulher eu tive muita dificuldade para engravidar e só descobrir que tinha problemas hormonais depois de muitos exames e sempre achava que era normal e cada dia que passa me surpreendo mais ainda com que consegue interferir no nosso desejo sexual
a depressão é um grande inibidor da nossa libido pelo qual caso não dessemos total atenção pode ser refletidas em maiores complicações futuras a saúde é primordial seja ela física quanto psicológica.