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50 anos da Pílula Anticoncepcional – Mitos e Verdades

26 de maio de 2010

Esse mês a pílula anticoncepcional comemorou 50 anos de atuação no mercado. E mesmo sendo consumida por milhares de mulheres entre 15 e 49 anos que tem vida sexual ativa no Brasil, ela ainda não atingiu completamente seu principal objetivo: permitir que elas sejam mães apenas quando quiserem.

Segundo dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), quase metade das gestações, cerca de 46%, não são planejadas. Isso se dá devido à falta de conhecimento e acesso de muitas mulheres sobre esse tipo de proteção. Apesar de o Governo Federal garantir por lei a distribuição de pílulas nos postos de saúde, a maioria das usuárias as compram em farmácias, e ainda há muitas dúvidas no que diz respeito à forma de usar.

Quando a pílula foi lançada, apenas mulheres casadas e com permissão do marido podiam comprar. Hoje sabemos que já não é mais assim, porém, ainda paira sobre esse assunto muitas dúvidas, sejam de viés cultural, religioso e orgânico, entre outros. O fato é que existem muitas verdades e mentiras que envolvem o uso da pílula anticoncepcional. Vamos esclarecer algumas a partir de agora:

1. Pílula engorda ou causa celulite?

R. Em alguns casos pode engordar, pois o estrógeno aumenta o apetite, e a progesterona aumenta a retenção de líquidos, o que faz o corpo inchar. Mas é um ganho de peso pequeno, de no máximo meio a um quilo. Ganhos superiores a este, geralmente têm outros fatores associados, como o próprio descuido da mulher com sua forma física. Além disso, este ganho de peso só acontece em cerca de 15% dos casos. Pode acontecer também do anticoncepcional “engordar” por fatores psicológicos. Em todos os casos, dá para compensar com uma alimentação balanceada , e atividades físicas. A celulite envolve fatores também genéticos, alimentares e as variações de peso. Não dá para colocar a culpa apenas no anticoncepcional.

2. Preciso fazer pausas no uso prolongado da pílula para não ter problemas futuros?

R. Antigamente sim, devido às altas dosagens de hormônios nas pílulas. Mas hoje, com comprimidos com dosagens cada vez menores, essa pausa não é mais obrigatória, e nem necessária. Você pode tomar o anticoncepcional pelo tempo que precisar, sempre orientada pelo seu ginecologista (e não porque sua amiga está tomando aquele).

3. Outros medicamentos afetam a eficácia da pílula?

R. Sim. Alguns tipos de antibióticos como a ampicilina e tetraciclina podem prejudicar o efeito da pílula anticoncepcional, assim como alguns remédios para o tratamento de epilepsia, devido a redução de absorção intestinal da medicação, ou interações medicamentosas. Informe sempre ao médico o uso de anticoncepcional quando precisar de um outro medicamento.

4. Quem toma anticoncepcionais por muito tempo tem dificuldades para engravidar?

R. Não. Este é um mito antigo, há muito refutado pela ciência. Em verdade, o anticoncepcional hormonal pode até proteger  o trato reprodutivo feminino de doenças que podem levar  a subfertilidade futura, como os cistos ovarianos, doença inflamatória pélvica, e mesmo a endometriose. No mês seguinte à parada, ou em cerca de três meses  (no caso do injetável trimestral), a ovulação da mulher deve voltar ao normal, e ela volta a ficar fértil. Há casos inclusive em que o esquecimento de apenas um dia resultam em gravidez. O que pode causar confusão é que a mulher poderia já ter um fator de subfertilidade antes da tomada do anticoncepcional, sem que soubesse disso. Outro fato a considerar é a idade. Uma mulher que tome anticoncepcional dos 25 aos 35 anos poderá ter dificuldade de engravidar quando parar a pílula, mas porque já tem 35 anos, e não por causa do anticoncepcional. Porém, passados seis meses de relações sexuais sem proteção e a gravidez não vier, considere a possibilidade de infertilidade (por outros motivos) e procure um especialista.

5. Pílula anticoncepcional protege contra alguma doença sexualmente transmissível, como a AIDS?

R. Não. Seu uso correto apenas impede a gravidez. Nenhum remédio protege contra DST’s. Para esse tipo de proteção é recomendado o uso de barreiras físicas, como as camisinhas masculina e feminina.

 

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