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Fortaleza possui tecnologia para a escolha do sexo do bebê em doenças genéticas

16 de abril de 2010

Um dos maiores anseios para um casal “grávido” é saber o sexo do bebê. Antigamente, cerca de trinta anos atrás, só podíamos saber o sexo do bebê no momento do nascimento, hoje isso já é possível antes mesmo da concepção.

No mundo há três técnicas que permitem a escolha prévia do sexo dos filhos. Dessas, duas estão disponíveis no Brasil, sendo que uma delas é a mais aceita por ser a menos invasiva e que não implica descarte de embriões já formados, resguardando nossos princípios éticos.

O primeiro método consiste em colher os espermatozoides do pai e submetê-los a um processo de centrifugação, que é a separação de elementos de densidades diferentes através de um rápido movimento de rotação. Desse modo, são separados os espermatozóides que carregam o cromossomo Y (mais leve) que gera meninos, dos que contém o X (mais pesado), que gera meninas.

Com essa separação, pode-se enriquecer uma amostra seminal com maior quantidade de determinado tipo de espermatozoide (X ou Y) e utilizar estes espermatozoides para tratamento de inseminação. Um alerta: essa técnica só funciona nos homens que tem contagem espermática normal, e aumenta apenas um pouco a possibilidade de gravidez de um determinado sexo em relação ao que acontece na natureza.

Essa escolha é bem vinda principalmente por razões culturais. Muitos casais sonham que o primeiro filho seja um menino, ou então, querem equilibrar o número de filhos meninos e meninas. Uma saída também para aqueles que querem ter um casal de filhos, um de cada sexo e “fechar” a família.

A outra técnica envolve princípios éticos, e só é liberada pelo Conselho Federal de Medicina nos casos de doenças ligadas aos cromossomos sexuais: é o PGD (Diagnóstico genético pré-implantacional). Nela, os óvulos são retirados, fertilizados in vitro e, no terceiro dia, remove-se uma célula de cada embrião para submetê-la à biópsia.

Esse exame revela o sexo com quase 100% de acerto e detecta possíveis doenças genéticas no futuro bebê, inclusive a Síndrome de Down. A partir da identificação dos sexos dos embriões, seriam implantados no útero somente os escolhidos, que não trouxessem riscos de determinadas doenças genéticas graves.

Como o embrião já estará formado, a decisão será se essa vida vai ser gerada ou não. E essa é uma questão muito delicada. O mais adequado é essa escolha ser feita antes de formado o embrião.

O terceiro método é o MicroSort, desenvolvido e patenteado por uma clínica dos Estados Unidos, com cerca de 80% a 90% de taxa de acerto. Nele o esperma é tingido com um corante fluorescente e são examinados, um por um, os milhões de espermatozoides lá presentes, num aparelho chamado Citômetro de Fluxo, separando os que têm o cromossomo Y (masculino, contém menos DNA e fica verde) daqueles com o X (feminino, que tem 2,8% a mais de DNA e aparece em vermelho claro). Os óvulos da mulher são então fertilizados de acordo com a escolha do sexo.

COMENTÁRIO DO ESPECIALISTA: este é um assunto recorrente no consultório de Reprodução Humana. Cada casal tem sua preferência particular por filhos de um determinado sexo. Acho uma solicitação natural e a meu ver, se não houver entraves científicos ou questões éticas que possam impedir o processo, um direito do casal. No entanto, devemos sempre alertar que em hipótese alguma podemos colocar em risco o bem-estar dos embriões para atender a esta solicitação. Reforço que o objetivo primordial dos tratamentos de Reprodução Humana é conseguir gravidez única de um bebê saudável, independente do sexo.

Nesta linha de raciocínio, tratamentos que visem a separar os espermatozoides X e Y não trariam qualquer prejuízo aos embriões ou não levantariam questionamentos éticos. Porém, com exceção do método de MicroSort disponível apenas em uma clínica dos EUA e que permite um aumento de 50% para até 90% de gravidez de um determinado sexo, os métodos de centrifugação diferencial aumentam apenas um pouco a possibilidade de escolha do sexo do bebê.

Já após a formação do embrião, na Fertilização in vitro, a situação é totalmente diferente. Temos vidas formadas e não podemos dispor de um ou outro embrião apenas por ser masculino ou feminino. Nestes casos somente podemos determinar o sexo do embrião antes da transferência ao útero, e desta feita com quase 100% de certeza, se houver possibilidade de evitar a transmissão hereditária de doenças genéticas graves, incapacitantes ou letais, para os filhos daquele casal.

Um exemplo clássico desta situação é a Hemofilia. Esta doença é muito grave. Por motivos genéticos falta ao paciente portador desta patologia um importante fator de coagulação do sangue, e em casos de ferimentos, pode haver hemorragias intensas e às vezes até fatais. A Hemofilia é uma doença genética recessiva ligada ao cromossomo X (para mulheres terem a doença precisam ter os dois cromossomos X alterados; no caso dos homens apenas um X alterado causa a doença pois o outro cromossomo sexual é Y). Isto significa que, se uma mulher é portadora do gene, mas não tem a doença, existe 50% de possibilidades de que um filho seu do sexo masculino tenha a doença completa. Nestes casos podemos selecionar, através de uma fertilização in vitro com diagnóstico pré-implantacional, um embrião do sexo feminino para o casal, que certamente não terá a Hemofilia. Esta é uma situação que comporta uma explicação ética para o fato de estarmos selecionando o sexo fetal a nível embrionário.

17 Comentários para “Fortaleza possui tecnologia para a escolha do sexo do bebê em doenças genéticas”

  1. Aparecida Raquel Alves de Souza disse:

    Olá! Gostaria de saber o valor mais ou menos da inseminação para a escolha do sexo do bebê! É o seguinte eu e meu esposo temos 3 meninas e gostaríamos muito de um menino, qual a possibilidade e o valor preço e se pode?l

  2. Elivania Pacheco disse:

    Ola Dr. Fabio
    .O Senhor informou que há 3 técnicas para escolha do sexo do BB. Qual seria a terceira? O Senhor faz essa técnica de centrifugação? Tenho duas meninas lindas. Gostaria de ter um menino para equilibrar a família. Essa técnica é segura e ética? Obrigada

    • Dr. Fábio Eugênio disse:

      Oi Elivania,

      A técnica de centrifugação foi abandonada devido aos resultados ruins.

      Para mais informações me contacte no e-mail (drfabioeugenio@gmail.com), ou no fone/whatsapp (85) 9.9909.0227

      Atenciosamente,

      Dr. Fábio Eugênio

  3. Mirielli disse:

    Achei muito interessante a primeira técnica! Meu primeiro filho tem ma formação genética, hereditária do pai. Na segunda gestação não houve esse problema mas a menina não sobreviveu porque tive eclampsia. O que seria sugerido em meu caso?

    • Dr. Fábio Eugênio disse:

      Oi Mirielli,

      A genética reprodutiva avançou muito!

      É possível detectar doenças cromossômocas e gênicas nos embriões antes de implantar no útero, através da FIV com PGT-A.

      Para mais informações pode me contactar no e-mail drfabioeugenio@gmail.com, ou agendar na clínica no fone (85) 9.9909.0227

      Atenciosamente,

      Dr. Fábio Eugênio

  4. Maria Cardoso disse:

    Olá boa tarde ! Tenho pesquisado muito sobre o assunto ! E gostaria de saber se seria possível esse procedimento pra escolher o sexo ?! Meu marido tem 3 filhas mulheres e desejo muito ter o filho homem !! Aguardo uma resposta ansiosa

    • Dr. Fábio Eugênio disse:

      Oi Maria,

      No Brasil a escolha de sexo não é permitida.

      O exame de cromossomos é feito para pesquisa de doenças genéticas.

      Para mais informações pode me contactar no e-mail drfabioeugenio@gmail.com, ou agendar na clínica no fone/whatsapp (85) 9.9909.0227

      Atenciosamente,

      Dr. Fábio Eugênio

  5. Claudionor disse:

    Boa noite!
    Tenho 3 filhas e gostaria de fazer uma inseminação para um filho do sexo masculino.

    • Dr. Fábio Eugênio disse:

      Oi Claudionor,

      No Brasil não é permitido escolha de sexo nos tratamentos, a não ser nos casos de doenças genéticas dos cromossomos sexuais.

      Att,

      Dr. Fábio Eugênio

  6. Daisy disse:

    Boa tarde Dr.
    O primeiro método você citou que seria um método bem vindo por razões culturais. Ou seja não necessariamente é feita apenas para evitar doenças genéticas. No Brasil é permitido esse método?? Pois como disse na matéria esse método é bem vindo para diversos casos. E o meu maior sonho é ter uma menina e já tenho dois meninos. E sei que tendo uma terceira gestação pode vir um menino e tenho medo da minha reação. Gostaria muito de ter minha menininha e “fechar a fábrica”.

  7. Flavia Gomes disse:

    Oie, que legal que encontrei o seu site. Já adicionei o seu
    site aos meus favoritos, assim consigo voltar mais vezes
    para ver as novidades. Obrigada, beijos até a proxima

  8. Rafael Lira disse:

    Oi, tudo bem ? este site é muito bom mesmo… sempre
    que puder voltarei aqui para acompanhar suas publicações.
    muito bom ! abraços de toda a equipe do
    http://www.fatosefatos.com

  9. Mylena disse:

    Gostaria de saber se tem como fazer isso mesmo ja tenho 2 meninos e queria saber se posso escolher uma menina e queria saber o valor

    • Dr. Fábio Eugênio disse:

      Oi Mylena,

      A técnica somente pode ser usada para prevenir doençãs genéticas.

      Para mais informações pode me contactar no e-mail drfabioeugenio@gmail.com, ou agendar na clínica no fone/whatsapp (85) 9.9909.0227

      Atenciosamente,

      Dr. Fábio Eugênio

  10. Rafael Lira disse:

    Sempre que posso passo aqui nas suas publicações,
    conteúdo muito bom e direto. Parabéns !! abraços de toda
    a equipe do http://www.fatosefatos.com

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